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Foto do escritorEm defesa da profissão vamos à luta

Entrevista Brunë Magalhães, Assistente Social e 1ª professora universitária transexual de Rondônia.

Atualizado: 21 de fev. de 2023

No dia 29 de janeiro de 2004, foi organizado, em Brasília, um ato nacional para o lançamento da campanha “Travesti e Respeito”. O ato foi um marco na história do movimento contra a transfobia e na luta por direitos e a data foi escolhida como o Dia Nacional da Visibilidade Trans.


Em alusão a essa data, a Chapa “Em defesa da profissão, vamos à luta!”, do pleito eleitoral do CRESS 23° Região (triênio 2023/2026), vem afirmar seu compromisso no combate a transfobia e na luta pelo respeito a diversidade de expressão de gênero. Enquanto profissão crítica pautada na defesa intransigente dos direitos humanos, vamos trabalhar em consonância com o CFESS, ABEPSS e os movimentos sociais para viabilização dos direitos à população trans, sobretudo para assistentes sociais trans e travestis. Para reforçar ainda mais nosso compromisso, representantes da Chapa entrevistaram a Brunë Magalhães, assistente social e primeira professora universitária transexual do Estado de Rondônia.



Um pouco da história da Brunë...


"Sou natural de João Pessoa/Paraíba, em ares Rondoniense desde 2016, quando a convite de uma faculdade privada vim para exercer a docência. Um pouco da história da Brunë... Aqui em Rondônia tive a oportunidade de cursar residência em Reabilitação Física Auditiva, intelectual e Visual, já atuei nas políticas de assistência social, saúde, educação e na docência em faculdades públicas e privadas. Fui durante quase dois anos coordenadora de um curso de Serviço Social no estado. Sou bacharel em Serviço Social e Mestra em Direitos Humanos, Políticas Públicas e Cidadania pela Universidade Federal da Paraíba."


Sobre suas expectativas sobre a Chapa, ela nos diz...


"Vejo com bons olhos a formação da chapa única EM DEFESA DA PROFISSÃO, VAMOS A LUTA!. Confio que possa ser novos tempos ao CRESS 23ª Região, uma possibilidade de aproximação com a base profissional, que se encontra distanciada e, infelizmente, desacreditada na estrutura do CRESS. Percebo que é possível transformar o CRESS como um agente político, para além das estruturas burocráticas e administrativas, com maior transparência e participação. Se faz fundamental a interiorização das atividades do CRESS. Podemos enfrentar as distâncias geográficas através das ferramentas tecnológicas, garantindo que Assistentes Sociais do Cone Sul, da Região do Vale do Guaporé, Região do Café e de todas regiões de nosso gigantesco estado também sejam sujeitos dessa nova história e assim possam compor comissões".


"A defesa intransigente dos direitos humanos também se faz necessário junto à nós, Assistentes Sociais travestis e transexual, com o respeito à utilização do nome social em todos os espaços da profissão, o que já é garantido em resolução, mas muitas vezes passa "desapercebido" pelos nossa própria entidade regulamentadora. A luta pela dignidade e respeito de pessoas trans é uma luta coletiva e deve se fazer presente no fazer profissional de cada profissional. Esta não é uma luta individual, muito menos apenas das pessoas travestis e transexual. Somos protagonistas, mas precisamos contar com cada companheira/companheiro e principalmente com o conjunto CFESS/CRESS".


Mensagem da Brunë para os/as/es assistentes sociais de Rondônia:


"A nossa categoria profissional tem um papel fundamental no combate à TRANSFOBIA. Sem sombras de dúvida a população de travestis e transexuais é uma das mais vulneráveis. Somos expulsas da família, da escola, da igreja, sem direito ao afeto, objetificadas e hiper sexualidades. Precisamos mudar esta realidade e o profissional de Serviço Social tem um papel fundamental nesta transformação. Compreender qual o lugar das transexualidades no contexto de gênero é de suma importância para desconstruir o discurso falacioso e fundamentalista que foi intitulado de ideologia de gênero".








Fique sabendo:

As pessoas transexuais são aquelas que não aceitam seu sexo biológico, pois se identificam com o sexo oposto.

Na transexualidade, o fator psicológico é predominante.

Algumas pessoas trans têm a necessidade de modificar a aparência por meio de intervenções cirúrgicas e outros métodos que promovam readequações em seu corpo, para que sejam condizentes com sua imagem psicológica.


As Mulheres Trans são pessoas com o dito corpo biológico masculino, que se identificam com as representações sociais de corpo e de gênero femininos.

Os Homens Trans são aqueles que possuem sexo de nascimento feminino, mas se identificam com as representações sociais de corpo e gênero masculino.

Fonte: Rede Nacional de Pessoas Trans – Redtrans


Já as Travestis vivem uma construção de gênero feminino, oposta à designação de sexo atribuída no nascimento, seguida de uma construção física, de caráter permanente, que se identifica na vida social, familiar, cultural e interpessoal, através dessa identidade.


Muitas travestis modificam seus corpos por meio de hormonioterapias ou aplicação de silicone e/ou cirurgias plásticas. Porém, vale ressaltar que isso não é uma regra para todas.


Utiliza-se o artigo definido feminino "A" para se referir a pessoas Travesti.


Fonte: http://blog.mds.gov.br/redesuas/29-de-janeiro-dia-da-visibilidade-trans/






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